quarta-feira, 12 de maio de 2010

Véspera da partida

Na postagem anterior falei de coisas relevantes para o entendimento de algumas passagens que veremos mais pra frente, e hoje tratarei de falar do que houve no dia da minha partida e como foi a minha chegada. Se você leu a postagem “A chegada” já está ciente também de como estava o clima na semana do final de janeiro.
Vale dizer que não fiz festa de despedida, mas se eu organizasse certamente seria uma festa de arromba, é importante dizer que eu também tinha certa esperança de ser chamado como excedente na chamada da FUVEST (vestibular da USP), prova que eu acreditaria ter ido razoavelmente bem, coisa que não passou da pretensão do que eu acreditava. O que me faltava mesmo para decidir definitivamente o que faria era a lista da USP, que saiu numa quarta-feira e a matricula da UFV seria na segunda-feira próxima, então mesmo que eu pretendesse preparar algo não daria tempo. Como você deve ter pressuposto na quarta-feira eu não estava na lista da FUVEST, então eu teria daquele dia até sábado à noite para me decidir.
Passei nesses dias jogando pôquer e RPG com meus amigos, e comentei com eles o que faria, não me levaram muito a sério. Passou a semana e no sábado a tarde aconteceu aquelas coisas que não tem como deixar de lembrar (ok, nos esforçamos em esquecer) e rir. Começou com a vontade súbita de jogar um pouco de basquete. Mandamos mensagem de texto para os amigos que costumam jogar, e conseguimos marcar para passar a tarde num parque novo que estreara à margem do rio Tietê. Não depositei fé em esperar uma boa qualidade do parque, afinal o rio Tietê, como sabemos é um dos mais poluídos do continente, esperava fortes odores desagradáveis, buzinações de motoristas estressados na famosa via expressa que cortava o local, e caminhões de mais de duas décadas de uso soltando aquela fumaceira de arder os olhos. E então me surpreendi, e finalmente a caminhada ao sol de mais de trinta graus valeu a pena, chegando a um parque que era conservado pela empresa que cuida do saneamento básico da região metropolitana, muito verde, quadras limpas e novas, com um público agradável, e um grande muro vivo e verde separando o cinza da cidade com aquele parque edênico quase que inacreditável. E o sol, tudo estava indo bem, e a única coisa que realmente incomodava era o fato de ter que voltar caminhando naquele sol novamente após um exaustivo esforço físico, e não mais que de repente Zunto estaciona o carro em frente a quadra. Paramos o jogo para cumprimenta-lo e nos refrescar, quando percebemos mais um empecilho, não havia água potável no parque! E nem mesmo a miragem de uma bela garota com uma mini-micro-tamanho pp jogando tênis foi capaz de substituir a necessidade por hidratação. É meio que óbvio dizer que o jogo não durou muito tempo, e o motim foi a formação de nuvens chuvosas acompanhada com a típica garoa paulista que nos fizeram correr para o carro em direção ao supermercado mais próximo. E em alguns poucos minutos estávamos na fila do mercado tomando cerveja importada na fila do caixa para pagar as duas garrafas de refrigerante. E lá mesmo no estacionamento do supermercado, tomávamos aquele refrigerante que parecia delicioso por causa da sede que nos matava.
Pude então perceber em breve momento como minha vida era ao redor de meus amigos, boas risadas ao avaliar as moças que passavam em frente à nossa roda, às piadas que só tinha graça naquela ocasião, e os assuntos que certamente não nos levaria a lugar algum, mas que nos preenchia no sentido de companhia, aquilo sim é amizade.
Na volta, Zunto ligou o som do carro em volume bastante alto, e deixou por nossa conta decidir o caminho.
Triste decisão.
Primeiro decidimos deixar o Salamon, depois o Moreno (este se apertava em pressa para usar o banheiro)depois o Paco na casa de seu avô e depois a mim, que morava mais próximo a ele. E já no caminho da casa do Salamon aconteceu a primeira presepada, na qual decidimos ir por um caminho improvável, que não conhecíamos, e nisso acabou atrasando em algumas horas o trajeto de casa. Um detalhe notável, vale dizer, foi que eu sugerí o caminho, mas que a culpa caiu inteiramente sobre o Salamon, pois este deveria saber que o caminho que fizemos jamais chegaríamos na casa dele, tendo que nós refazer boa parte do trajeto de volta, para acertar o caminho. E enquanto isso, no lado de fora do carro, a chuva caía na cidade, e isso nos forçava a ficar com os vidros fechados, e não obstante de ter de suporar o cheiro de outros quatro homens suados, tínhamos que suportar também o cheiro de algumas flatulências do Moreno, que a cada lance levava tapadelas na cabeça, e se defendia dizendo estar apertado. Com o caminho certo, foi muito rápido deixa-los em suas respectivas casas, sobrando enfim, Zunto, Paco e eu no carro, e viemos essa parte do caminho cantando junto ao som do carro, músicas pervertidas da banda Velhas Virgens, até finalmente poder descansar em minha casa.
Mais a noitinha teve uma festa de aniversário da cunhada de minha irmã e mais a noite passei na casa do Porko. Onde ele, Zunto e ficamos até de madrugada assistindo reprises de algumas lutas de vale tudo comendo pizza e tomando uma boa cerveja com meus amigos. Dormi no sofá acordando somente um pouco antes da hora do almoço no domingo, e fui correndo comprar minha passagem, e preparar as coisas.
Na próxima postagem, vou contar e lamentar como e porque deixei minha mãe me ajudar a montar a bagagem, e era tarde a hora que descobri, ao carregar e pagar o excesso de bagagem referente ao peso. Certamente ela não se daria bem numa atividade de sobrevivência na selva, qual se deve levar estritamente o necessário, ou ela não entendeu, ou não fui suficientemente claro ao pedir ajuda.
Boa semana a todos.

Um comentário:

  1. Ai ai ... Bons momentos (não contando as flatulencias por obvio) passamos em uma tarde modorrenta de sabado!

    KKKKKKKKK

    Saida em grande estilo Tom !

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